sábado, 26 de fevereiro de 2011

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A algum tempo não passo por aqui. Não por ter me esquecido, mas sim por não ter vontade de lembrar, de enfrentar, de sentir o que quis expressar em cada palavra. Preguiça de sentir. Tão mais fácil apenas trabalhar. Mas quando vem esse silência que a tempos não sentia eu desejo voltar para mim, mas não me encontro. Sigo caminhando no escuro, mas com passos firmes de quem tem a certeza de que vai chegar. Certeza essa que vem do meu esforço, da minha fé, da minha luta. Embora eu ainda seja muito jovem a cada instante envelheço, é natural, mas me pergunto cada vez mais frequentemente o que eu fiz da minha vida, ou melhor, o que estou fazendo. Creio ser normal esse medo que sinto, medo de quem optou por amar o trabalho acima de tudo e de todos, colocando livros no lugar de pessoas, pacientes no lugar dos afetos, estudo no lugar das conversas. Não me arrependo, aliás, vou seguir assim, porque sigo entendendo melhor os relinchos e olhares que em silêncio me dizem tudo, do que as incertas palavras e atitudes que se contradizem no meio de tanta humana racionalidade.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

tenho....

Eu nunca fui de simular no rosto o que não sinto, também nunca fui adepta de falar o que sinto, e sempre tento, na medida do possível não envolver meu trabalho ou as pessoas com meus sentimentos, principalmente quando esses se traduzem em tristeza, cansaço, mau humor.
É que as vezes, como agora, tenho vontade extrema de ser sincera, mas sei que não sou assim, sei que calo até quando deveria falar, sei que vou sempre ajudar e esquecer de mim. Mas se me perguntassem o que eu tenho, juro que gostaria de responder: tenho tendinite pq estou trabalhando demais por conta da incompetência alheia, tenho dormido pouco pois ao contrário dos outros muitos cumpro meus deveres e datas, tenho dores do cansaço, tenho um corpo que necessita de um pouco de sossego, tenho uma casa pra arrumar, pq minha louça não toma banho sozinha, tenho pacientes que precisam de mim inteira, tenho contas pra pagar, tenho livros pra ler, e quando sobra um tempinho, bem vago tenho sentimentos que me confundem. Ahh, e antes que eu esqueça tenho uma imensa vontade de mandar tudo pra puta que pariu!!!!!!!!
Desabafei, agora vou madrugar de novo! Amém!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Escrevi e não mandei...

Da onde tiro coragem para escrever não sei. Deve vir do meu medo de viver o resto da vida com essa agonia que me atormenta, ou da culpa que carrego por ter sido tão inconseqüente, não só com os outros, mas principalmente comigo, talvez do sono e do cansaço desses partos intermináveis, ou ainda deve ser culpa do tal do vento frio de sempre. Já que eu sou grandíssima egoísta e até o momento só falo eu, eu e eu não me custa dizer que me sinto incapaz de sentir a paz completa que a vida tem me ofertado. Cometo grande pecado se reclamar, tenho tido inúmeras oportunidades, vivo no meio do campo cercada de cavalos e de pessoas maravilhosas, o aprendizado é constante, tão constante que me animei a escrever tudo isso. Mas como se isso fosse uma piada sem graça, não consigo me sentir bem quando me paro sozinha eu e mim, tem ainda essa agonia que me faz penar, a bem da verdade não sei bem porque, mas dizem os entendidos que reconhecer a doença é o primeiro passo pra cura. Deve ser por ter feito mal a quem não merecia, inclusive a mim, eu que queria tudo diferente, eu que fiz tudo errado. Acho que já nasci com o dom fazer floreio pra tudo, de escrever ao invés de falar, de calar quando devo agir, de fazer besteiras em cima de besteiras pra tentar consertar o que já foi até tudo virar algo tão imenso e incontrolável que o que me resta é fugir. Hoje não sofro mais disso, acredito que seja amadurecimento ou alguma outra coisa bem parecida. Mas sabe, tem sido bem difícil conviver com criaturas tão puras me sentindo eu tão suja pelo que já fui que está ficando cada vez mais impraticável atravessar os dias com esse peso, e acho que tudo que me resta fazer é humildemente pedir perdão, mesmo correndo o risco de parecer ridícula. Parece que chega um momento, um instante de um dia qualquer que não tem mais saída, que é preciso fazer o certo, seja por crescimento, seja por necessidade ou por teimosia, pouco importa. Se é mesmo verdade que na vida tudo é aprendizado, sou eternamente grata. Por ter aprendido bem cedo o peso das palavras e também dos erros cometidos por impulso, por ter descoberto que maldade infelizmente existe e está em tudo, grata por ter aprendido que as coisas mais simples são as mais valiosas e inesquecíveis, agradecida por hoje saber da raridade das pessoas, raridade que também me deixa triste de uma forma, ou de outra. É, sou grata sim a tudo, não buscaria novos rumos se não fossem tantas coisas me sufocando ai, não estaria aqui vivendo um sonho. Acho que o mínimo que devo é gratidão, e o máximo que posso fazer é pedir desculpas, e entre esses dois extremos fica o silêncio. Me admiro quem diz que se pudesse voltar no tempo cometeria os mesmos erros, eu não, se fosse hoje faria tudo diferente, mas não é, então já não importa o que passou, acho que estando no hoje tudo que posso fazer é essa ponte, que une o que é digno de ser lembrado com duas palavras: obrigada e perdão.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Estou cansada. Cansada de mim, da minha vida, dessa situação sem pé nem cabeça. Acho que estou fazendo tudo errado, esquecendo de mim, não navego mais, apenas sou o porto de tantos. Tenho vontade de ir pra alto mar, de sumir e os outros que encontrem seu rumo, a tempestade existe pra mim também. Mas eu disfarço, finjo que pra mim o céu é sempre azul, finjo tão bem que ninguém percebe, ou talvez ninguém veja. Não sei porque tanto me olham se na verdade não me vêem. Eu faço questão de ser esse bicho estranho, do mato, que esconde as feridas temendo ser presa dos demais. Não sei porque sou assim, acho que é meu instinto, ou meu medo ou ainda o espaço que existe entre ambos. Acho melhor continuar assim, escondendo o turbilhão que tem aqui dentro. Se não fossem meus pacientes, meus amados cavalos acho que já teria enlouquecido. No final das contas acho que sou igualzinha a eles, pouco explícitos queremos apenas correr livres, sem rédeas, junto daqueles que querem correr livres também.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

E tudo ainda me dói quando encosto na ferida. Acho que essa história que o tempo sempre cura tudo é a maior besteira que já ouvi. Tenho certeza que o tempo não cura porcaria nenhuma, mas ele tem o poder de deslocar o incurável do centro das atenções. O tempo, esse amigo incerto, caminhei com ele, pelos segundos, minutos, pelos dias sem fim não vi nada mudar fora de mim, mas eu, bem, eu me mudei de mim, já não me habito mais. Mas a bagagem que carrego jamais será largada pelo caminho, ela é minha, sou possesiva até com as minhas dores, meus amores, meus medos, meus caminhos tortos. Mas a de antes já não existe mais, não por inteiro e a isso chamo de amadurecimento. Se me fosse concedido um únco desejo eu não teria dúvidas, gostaria de voltar no tempo, mas sendo a de agora, só pra saber se essa certeza que tenho, de que tudo seria tão diferente é mesmo real.
A pena que ando penando mais triste não pode ser, mas dela eu que sei, e não muda nada tentar corrigir meus erros que tantos estragos fizeram, eu sei, o mal que fiz já está feito.
De tempos em tempos nada muda, mas mesmo assim tudo é tão diferente.
Confundi conhecidos com amigos, confundi amor com medo, confundi ambição com vale tudo, trai meu sentimento, machuquei quem eu não devia, escolhi o lado errado, misturei tudo e com esse peso nas costas me joguei no abismo. Que eu tenha aprendido, e creio ter aprendido, mas já dizia minha vó: não adianta chorar pelo leite derramado... Tão simples ouvir isso na infância, mas como se torna complexo agora, eu que sei, eu e só eu que sei.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

But I still...

I have climbed the highest mountains

I have run through the fields

Only to be with you
I have run I have crawled

I have scaled these city walls
Only to be with you
 
But I still haven't found

What I'm looking for

But I still haven't found

What I'm looking for
 
I have spoken with the tongue of angels
I have held the hand of the devil

It was warm in the night

I was cold as a stone