terça-feira, 21 de setembro de 2010

tenho....

Eu nunca fui de simular no rosto o que não sinto, também nunca fui adepta de falar o que sinto, e sempre tento, na medida do possível não envolver meu trabalho ou as pessoas com meus sentimentos, principalmente quando esses se traduzem em tristeza, cansaço, mau humor.
É que as vezes, como agora, tenho vontade extrema de ser sincera, mas sei que não sou assim, sei que calo até quando deveria falar, sei que vou sempre ajudar e esquecer de mim. Mas se me perguntassem o que eu tenho, juro que gostaria de responder: tenho tendinite pq estou trabalhando demais por conta da incompetência alheia, tenho dormido pouco pois ao contrário dos outros muitos cumpro meus deveres e datas, tenho dores do cansaço, tenho um corpo que necessita de um pouco de sossego, tenho uma casa pra arrumar, pq minha louça não toma banho sozinha, tenho pacientes que precisam de mim inteira, tenho contas pra pagar, tenho livros pra ler, e quando sobra um tempinho, bem vago tenho sentimentos que me confundem. Ahh, e antes que eu esqueça tenho uma imensa vontade de mandar tudo pra puta que pariu!!!!!!!!
Desabafei, agora vou madrugar de novo! Amém!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Escrevi e não mandei...

Da onde tiro coragem para escrever não sei. Deve vir do meu medo de viver o resto da vida com essa agonia que me atormenta, ou da culpa que carrego por ter sido tão inconseqüente, não só com os outros, mas principalmente comigo, talvez do sono e do cansaço desses partos intermináveis, ou ainda deve ser culpa do tal do vento frio de sempre. Já que eu sou grandíssima egoísta e até o momento só falo eu, eu e eu não me custa dizer que me sinto incapaz de sentir a paz completa que a vida tem me ofertado. Cometo grande pecado se reclamar, tenho tido inúmeras oportunidades, vivo no meio do campo cercada de cavalos e de pessoas maravilhosas, o aprendizado é constante, tão constante que me animei a escrever tudo isso. Mas como se isso fosse uma piada sem graça, não consigo me sentir bem quando me paro sozinha eu e mim, tem ainda essa agonia que me faz penar, a bem da verdade não sei bem porque, mas dizem os entendidos que reconhecer a doença é o primeiro passo pra cura. Deve ser por ter feito mal a quem não merecia, inclusive a mim, eu que queria tudo diferente, eu que fiz tudo errado. Acho que já nasci com o dom fazer floreio pra tudo, de escrever ao invés de falar, de calar quando devo agir, de fazer besteiras em cima de besteiras pra tentar consertar o que já foi até tudo virar algo tão imenso e incontrolável que o que me resta é fugir. Hoje não sofro mais disso, acredito que seja amadurecimento ou alguma outra coisa bem parecida. Mas sabe, tem sido bem difícil conviver com criaturas tão puras me sentindo eu tão suja pelo que já fui que está ficando cada vez mais impraticável atravessar os dias com esse peso, e acho que tudo que me resta fazer é humildemente pedir perdão, mesmo correndo o risco de parecer ridícula. Parece que chega um momento, um instante de um dia qualquer que não tem mais saída, que é preciso fazer o certo, seja por crescimento, seja por necessidade ou por teimosia, pouco importa. Se é mesmo verdade que na vida tudo é aprendizado, sou eternamente grata. Por ter aprendido bem cedo o peso das palavras e também dos erros cometidos por impulso, por ter descoberto que maldade infelizmente existe e está em tudo, grata por ter aprendido que as coisas mais simples são as mais valiosas e inesquecíveis, agradecida por hoje saber da raridade das pessoas, raridade que também me deixa triste de uma forma, ou de outra. É, sou grata sim a tudo, não buscaria novos rumos se não fossem tantas coisas me sufocando ai, não estaria aqui vivendo um sonho. Acho que o mínimo que devo é gratidão, e o máximo que posso fazer é pedir desculpas, e entre esses dois extremos fica o silêncio. Me admiro quem diz que se pudesse voltar no tempo cometeria os mesmos erros, eu não, se fosse hoje faria tudo diferente, mas não é, então já não importa o que passou, acho que estando no hoje tudo que posso fazer é essa ponte, que une o que é digno de ser lembrado com duas palavras: obrigada e perdão.